segunda-feira, 13 de abril de 2009

Não fui eu que escrevi, mas gosto

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
(Almeida Garrett)

1 comentário:

  1. Que engraçado encontrar este poema aqui... porque ele tem uma história engraçada para mim... e vá, já que inistes muito eu conto muito rapidamente ;P. Um dia no meu 10ºanito d liceu, a Prof. de Português disse-nos para trazermos para a próxima aula um poema que falasse sobre o amor, um qualquer, um que quisessemos, um que gostassemos, um qualquer... e eu depois de muito pesquisar encontrei um que tinha gostado particularmente sem saber muito bem porquê. Mas havia um problema: não sabia o autor, porque onde o encontrei não estava lá escrito. Ora, eu já a ver que ia levar um raspanete por nao apresentar o autor na aula, levei-o mesmo assim, sabendo as consequências... e pronto, nada de mais, apenas foi engraçado que a maior do pessoal levou aqueles poemas mais conhecidos e mais lamexas e eu levei aquele e, a Profª como ficou um pouco surpreendida com isso, quando me ouviu dizer que não sabia o autor, sorriu e disse "oh, entao! Claro que é do nosso amigo Garret", ou seja: não levei ralhete! eheh ;P

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